domingo, 20 de março de 2011

140 anos - Comuna de Paris



Este post é em homenagem a coragem daqueles que resistiram e lutaram há 140 anos atrás, pela primeira vez, em uma insurreição popular de caráter socialista, se opondo a opressão e ao entreguismo de submissão.

Conquistas importantíssimas que perduram até hoje e surgiram na comuna de Paris:
  • Primeira vez que se propos uma jornada de 8 horas de trabalho.
  • Igualdade entre os sexos no trabalho.
  • Casamento gratuito.
  • Separação entre estado e igreja.
  • Educação gratuita, de sexo misto e também noturna.

Viva a tomada do poder pelo povo.




A Comuna de Paris foi o primeiro governo operário da história, fundado em 1871 na capital francesa por ocasião da resistência popular ante à invasão alemã.

A história moderna registra algumas experiências de regimes comunais, impostos como afirmação revolucionária da autonomia da cidade. A mais importante delas - a Comuna de Paris - veio no bojo da insurreição popular de 18 de março de 1871. Durante a guerra franco-prussiana, as províncias francesas elegeram para a Assembléia Nacional uma maioria de deputados monarquistas francamente favorável à capitulação ante a Prússia. A população de Paris, no entanto, opunha-se a essa política. Thiers, elevado à chefia do Gabinete conservador, tentou esmagar os insurretos. Estes, porém, com o apoio da Guarda Nacional, derrotaram as forças legalistas, obrigando os membros do governo a abandonar precipitadamente a capital francesa, onde o comitê central da Guarda Nacional passou a exercer sua autoridade. A Comuna de Paris - considerada a primeira República Proletária da história - adotou uma política de caráter socialista, baseada nos princípios da Primeira Internacional.

O poder comunal manteve-se durante cerca de 40 dias. Seu esmagamento revestiu-se de extrema crueldade. De acordo com a Barsa mais de 20.000 communards foram executados pelas forças de Thiers.



O governo durou oficialmente de 26 de março a 28 de maio, enfrentando não só o invasor alemão como também tropas francesas, pois a Comuna era um movimento de revolta ante o armistício assinado pelo governo nacional (transferido para Versalhes) após a derrota na Guerra Franco-Prussiana. Os alemães tiveram ainda que libertar militares franceses feitos prisioneiros de guerra, para auxiliar na tomada de Paris.

O governo oficial, agora instalado em Versalhes e sob o comando de Thiers, fez a paz com a Alemanha para que tivesse tempo de esmagar a Comuna de Paris. Como acordado entre os dois países, a Alemanha libertou prisioneiros de guerra para compor as forças que o exército francês usaria contra a Comuna. Esta possuía menos de quinze mil milicianos defendendo a cidade contra o exército de cem mil soldados sob o comando de Versalhes.

Assim como durante o período da comuna, em sua queda os revolucionários destruíram os símbolos do Império francês - prédios administrativos e palácios - e executaram reféns, em sua maioria clérigos, militares e juízes. Na perspectiva dos communards derrubar a velha ordem e tudo que com ela tinha vínculo era preciso para que novas instituições pudessem florescer.

Ao todo a Comuna de Paris executou cem pessoas e matou outras novecentas na defesa da cidade. As tropas de Thiers, por outro lado executaram vinte mil pessoas, número que somado às baixas em combate provavelmente alcançou a cifra dos oitenta mil mortos. Quarenta mil pessoas foram presas, e muitas delas foram torturadas e executadas sem qualquer comprovação de que fossem de fato membros da Comuna. As execuções só pararam por medo de que a quantidade imensa de cadáveres pudesse causar uma epidemia de doenças.

A Comuna é considerada por grupos políticos revolucionários posteriores (anarquistas, comunistas, situacionistas, etc.) como a primeira experiência moderna de um governo verdadeiramente popular.Um extraordinário acontecimento histórico resultante da iniciativa de grupos revolucionários e do espontaneísmo político das massas, em meio à circunstâncias dramáticas de uma guerra perdida (Franco-Prussiana) e de uma guerra civil em curso.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Dia da saudade




É manhã,
reviro-me e me encontro perdido em algum lugar,
já nem conto mais as lágrimas que me trouxeram até aqui,
só sou grato por elas, que me fizeram estar vivo...
Pra poder acordar.

Banhavam-me o desejo de morrer, de desistir
Refrigério que postergou a vida,
na solidão da alma ferida, abandonada, desacreditada.

Não escrevo mais em rimas, apenas escrevo
Não escrevo em português, escrevo aqui, aqui mesmo!
Escrevo para você, ler...

Enquanto cai a chuva... Ela molha a vida e a alma pede calma.
Pois pode ser que ainda irei erguer o troféu
Deste jogo que é julgo e que me fez réu
Das conquistas que eu ganhei e não pude levar
Pois ganhei...mas também perdi.

Dor já nem faz mais sentido,é câncer na alma um corpo ferido
Paixão que se derreteu em desejo, e não passou disso
Nunca será amor, enlouqueço.
Ontem nos perdiamos em carros,
Hoje acidentamos nossas vida

Fujo da rotina, proucuro teu carinho bom,
e acabo que fraquejo...
Diante dos teus lábios, no teu batom
Definhei a cada dia
E chegou a hora de não ter mais o que compartilhar
Pois tua rejeição... fez este sorriso minguar
Teu sorriso de luz apagou
A porta fechou
Degraus me ludibriavam na realidade,
Faziam-me descer rumo a saudade
Tendo que aceitar tua decisao inlucyda
Já não poderei tocar mais nossa música
Tudo que precisávamos era de amor
Eu disse olá e você disse adeus!
E por fim,
enfim...
Para mim,
o fim...
Chegou

Arllen Lira

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Eros e Psique - Maria Bethania e Chico Buarque



Excelente poema !
Apenas ouçam...




"Eros e Psique"

(FERNANDO PESSOA)


Conta a lenda que dormia
Uma Princesa encantada
A quem só despertaria
Um Infante, que viria
De além do muro da estrada

Ele tinha que, tentado,
Vencer o mal e o bem,
Antes que, já libertado,
Deixasse o caminho errado
Por o que à Princesa vem.

A Princesa adormecida,
Se espera, dormindo espera,
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.

Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado,
Ele dela é ignorado,
Ela para ele é ninguém.

Mas cada um cumpre o Destino -
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.

E, se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora,

E, inda tonto do que houvera,
À cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia.



quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

ANNABEL LEE - Edgar Allan Poe


Há 202 anos nascia Edgar Allan Poe, em homenagem a este poeta gótico que muito me inspira assim como Byron e Augusto dos Anjos, posto aqui uma poseia sua, a poesia talvez mais romântica dentre as quais destacavam-se a tristeza, a morte, a separação a dor e a saudade.


ANNABEL LEE*
(by Edgar Allan Poe)


It was many and many a year ago,
In a kingdom by the sea,
That a maiden there lived whom you may know
By the name of Annabel Lee;
And this maiden she lived with no other thought
Than to love and be loved by me.
I was a child and she was a child,
In this kingdom by the sea;
But we loved with a love that was more than love-
I and my Annabel Lee;
With a love that the winged seraphs of heaven
Coveted her and me.

And this was the reason that, long ago,
In this kingdom by the sea,
A wind blew out of a cloud, chilling
My beautiful Annabel Lee;
So that her highborn kinsman came
And bore her away from me,
To shut her up in a sepulchre
In this kingdom by the sea.

The angels, not half so happy in heaven,
Went envying her and me-
Yes!- that was the reason (as all men know, In this kingdom by the sea)
That the wind came out of the cloud by night,
Chilling and killing my Annabel Lee.

But our love it was stronger by far than the love
Of those who were older than we-
Of many far wiser than we-
And neither the angels in heaven above,
Nor the demons down under the sea,
Can ever dissever my soul from the soul
Of the beautiful Annabel Lee.

For the moon never beams without bringing me dreams
Of the beautiful Annabel Lee;
And the stars never rise but I feel the bright eyes
Of the beautiful Annabel Lee;
And so,all the night-tide, I lie down by the side
Of my darling, my darling, my life and my bride,
In the sepulchre there by the sea,
In her tomb by the sounding sea.

--------------------------------------------------
*Tradução

ANNABEL LEE
(de Edgar Allan Poe)

Foi há muitos e muitos anos já,
Num reino de ao pé do mar.
Como sabeis todos, vivia lá
Aquela que eu soube amar;
E vivia sem outro pensamento
Que amar-me e eu a adorar.

Eu era criança e ela era criança,
Neste reino ao pé do mar;
Mas o nosso amor era mais que amor --
O meu e o dela a amar;
Um amor que os anjos do céu vieram
a ambos nós invejar.

E foi esta a razão por que, há muitos anos,
Neste reino ao pé do mar,
Um vento saiu duma nuvem, gelando
A linda que eu soube amar;
E o seu parente fidalgo veio
De longe a me a tirar,
Para a fechar num sepulcro
Neste reino ao pé do mar.

E os anjos, menos felizes no céu,
Ainda a nos invejar...
Sim, foi essa a razão (como sabem todos,
Neste reino ao pé do mar)
Que o vento saiu da nuvem de noite
Gelando e matando a que eu soube amar.

Mas o nosso amor era mais que o amor
De muitos mais velhos a amar,
De muitos de mais meditar,
E nem os anjos do céu lá em cima,
Nem demônios debaixo do mar
Poderão separar a minha alma da alma
Da linda que eu soube amar.

Porque os luares tristonhos só me trazem sonhos
Da linda que eu soube amar;
E as estrelas nos ares só me lembram olhares
Da linda que eu soube amar;
E assim 'stou deitado toda a noite ao lado
Do meu anjo, meu anjo, meu sonho e meu fado,
No sepulcro ao pé do mar,
Ao pé do murmúrio do mar.




Mini biografia do escritor

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Rebeldes sem Causa (Nossa Geração)


"Cara
, eu vejo no clube da luta os homens mais fortes e espertos que viveram. Eu vejo todo esse potencial, e o vejo desperdiçado. Puta que pariu, uma geração inteira explosiva, servindo mesas, todos escravos do colarinho branco. A publicidade tem nos perseguindo com carros e roupas, fazendo-nos trabalhar em empregos que odiamos para comprar merdas que não precisamos. Nós somos os filhos do meio da história, homens sem propósito ou lugar. Nós não temos nenhuma Grande Guerra. Nenhuma Grande Depressão. Nossa Grande Guerra é uma guerra espiritual ... nossa Grande Depressão são nossas vidas. Nós temos sido todos criados pela televisão para acreditar que um dia estaríamos todos milionários, seguindo deuses do cinema e estrelas do rock. Mas não vamos. E estamos aos poucos aprendendo isso. E estamos muito, muito chateados."

Texto enviado por Yanna Jacaúna retirado de um blog americano. Reflete a farsa que vive a nossa geração cuja a causa é somente acumular riquezas... tsc tsc tsc.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Ganhar o mundo pra perder meu coração? Obrigado quero não!




Olho nos dias turbulentos das cidades
em quase toda esquina vejo uma escolha
passo por ruas e "prédios" de meias verdades
cobrando que me entregue ou me encolha.

Achando sensato escolher devagar,
levo no peito as certezas que vi/toquei/senti.
Vejo a mentira por sí só definhar
nos momentos em que não me encolhi.

Artigo raro, a verdade não vem em frascos.
E ao ter a noção maior que a dos ratos,
não me sirvo de carne pra nenhum dos carrascos.
Seja este meu próprio caminho, a busca dos fatos.

A intenção não é mesmo palpável,
mas a mente humana altera o mundo,
ou torna o pior vinho tragável
ao me desfazer do que há de profundo.

Levo ainda comigo algumas mágoas
aquelas que não pude expurgar
mesmo lavadas por todas as águas
alguma ainda teima em ficar.

Tú mundo, este ser tão imenso,
serei teu o amor que és de mim,
se puderes confiar neste peito penço,
ontem, agora e até o fim.

Poesia do meu grande amigo Anderson Souza, poesia que de tão boa, mereceu ser publicada aqui, num eh q o cara tah virando poeta tbm! =]

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Feliz 2011




2010 foi um ano de muito aprendizado e crescimento,
Aprendi coisas que só a vida ensina, que não se aprende em faculdades, cursos acho que nem com os pais.
Aprendi o valor da vida, pensava antes que o amor era a razão de viver mas não, viver que é razão para amar.
Perdi algumas coisas importantes também devido a alguns deslizes, recaí no mal e perdi um grande amor, porque ninguém não vai ao mal sem perder seu lado do bem. Mas isto também me fez de certa forma bem, porque cresci.
Neste ano voltei para ao meu lar, porque um rei sem lar, é um exilado, então tive que voltar para minha casa.
Eu tive que cuidar de 7 filhotes da minha cadela mel, no final só um filhote ficou, a Luna (Porque o amor brilha lá na Lua). Cada vez mais entendo porque os cachorros são os melhores amigos do homem, são leais, lhe abraçam, lhe dão carinho, não reclamam e fazem tudo isso por tão pouco. Assim deveria ser o homem para com o outro homem, mas, foi-se o tempo em que brigava com a humanidade, agora eu a constru-o. Aprendi isso também. As vezes ainda penso que estou construindo emitindo opiniões ácidas, mas na verdade percebo que estou criando conflitos (e destruindo...) aí me retiro.
Tive que deixar meu trabalho no antigo emprego resisti até os últimos dias porém tinha que assumir minha vaga no concurso como desenvolvedor especialista, fiquei meio receioso, mas depois vi que aquele emprego era o emprego de "gente grande" que eu procurei por algum tempo. Do instituto ficam as boas lembranças os amigos e amigas e o aprendizado, pois não posso negar, aprendi com os melhores e estou tentando levar este aprendizado para meu novo trabalho pois quero que todos sejam os melhores.
Mas já não dou tanta importância em eu querer ser o melhor, desencanei de certas responsabilidades que vinham na minha cama de madrugada e faziam eu virar o travesseiro, percebi que não se pode levar a vida tão a sério, senão ela perde a graça, e a graça dela é a graça de Deus.
Ao fazer isto me senti mais leve, mais livre, confesso que perdi algumas oportunidades, porém ganhei a paz.
Para 2011 espero mais coisas, acontecimentos, espero a chegada do meu apartamento, meu carro que sempre sonhei, formar-me na faculdade, e, ... um amor de verdade, porque taí uma coisa que eu nunca vou deixar de proucurar, um grande amor.
Talvez eu a encontre em algum campo verde, com flores num clima frio, com esquilos correndo atrás dela, ao fundo tocando o vira. (essa poucos vão entender, mas faz sentido)
Espero que em 2011 todos consigam encontrar o que buscam, aprender com o que não buscavam, pois com o desespero que vida vem (como diria a música) a vida vai mais além !
Feliz 2011 para todos !!! \o/

domingo, 24 de outubro de 2010

Dez falsos motivos para não votar na Dilma - Por Jorge Furtado, cineasta



Achei este texto interessante do famoso cineasta Jorge Furtado* e reflete minhas opiniões comparativas dos falsos argumentos levantados pela direita conservadore de porque não votar em Dilma.


Tenho alguns amigos que não pretendem votar na Dilma, um ou outro até diz que vai votar no Serra. Espero que sigam sendo meus amigos. Política, como ensina André Comte-Sponville, supõe conflitos: “A política nos reúne nos opondo: ela nos opõe sobre a melhor maneira de nos reunir”.

Leio diariamente o noticiário político e ainda não encontrei bons argumentos para votar no Serra, uma candidatura que cada vez mais assume seu caráter conservador. Serra representa o grupo político que governou o Brasil antes do Lula, com desempenho, sob qualquer critério, muito inferior ao do governo petista, a comparação chega a ser enfadonha, vai lá para o pé da página, quem quiser que leia. (1)

Ouço e leio alguns argumentos para não votar em Dilma, argumentos que me parecem inconsistentes, distorcidos, precários ou simplesmente falsos. Passo a analisar os dez mais freqüentes:

1. “Alternância no poder é bom”.
Falso. O sentido da democracia não é a alternância no poder e sim a escolha, pela maioria, da melhor proposta de governo, levando-se em conta o conhecimento que o eleitor tem dos candidatos e seus grupo políticos, o que dizem pretender fazer e, principalmente, o que fizeram quando exerceram o poder. Ninguém pode defender seriamente a idéia de que seria boa a alternância entre a recessão e o desenvolvimento, entre o desemprego e a geração de empregos, entre o arrocho salarial e o aumento do poder aquisitivo da população, entre a distribuição e a concentração da riqueza. Se a alternância no poder fosse um valor em si não precisaria haver eleição e muito menos deveria haver a possibilidade de reeleição.

2. “Não há mais diferença entre direita e esquerda”.
Falso. Esquerda e direita são posições relativas, não absolutas. A esquerda é, desde a sua origem, a posição política que tem por objetivo a diminuição das desigualdades sociais, a distribuição da riqueza, a inserção social dos desfavorecidos. As conquistas necessárias para se atingir estes objetivos mudam com o tempo. Hoje, ser de esquerda significa defender o fortalecimento do estado como garantidor do bem-estar social, regulador do mercado, promotor do desenvolvimento e da distribuição de riqueza, tudo isso numa sociedade democrática com plena liberdade de expressão e ampla defesa das minorias. O complexo (e confuso) sistema político brasileiro exige que os vários partidos se reúnam em coligações que lhes garantam maioria parlamentar, sem a qual o país se torna ingovernável. A candidatura de Dilma tem o apoio de políticos que jamais poderiam ser chamados de “esquerdistas”, como Sarney, Collor ou Renan Calheiros, lideranças regionais que se abrigam principalmente no PMDB, partido de espectro ideológico muito amplo. José Serra tem o apoio majoritário da direita e da extrema-direita reunida no DEM (2), da “direita” do PMDB, além do PTB, PPS e outros pequenos partidos de direita: Roberto Jefferson, Jorge Borhausen, ACM Netto, Orestes Quércia, Heráclito Fortes, Roberto Freire, Demóstenes Torres, Álvaro Dias, Arthur Virgílio, Agripino Maia, Joaquim Roriz, Marconi Pirilo, Ronaldo Caiado, Katia Abreu, André Pucinelli, são todos de direita e todos serristas, isso para não falar no folclórico Índio da Costa, vice de Serra. Comparado com Agripino Maia ou Jorge Borhausen, José Sarney é Che Guevara.

3. “Dilma não é simpática”(?).
Argumento precário e totalmente subjetivo. Precário porque a simpatia não é, ou não deveria ser, um atributo fundamental para o bom governante. Subjetivo, porque o quesito “simpatia” depende totalmente do gosto do freguês. Na minha opinião, por exemplo, é difícil encontrar alguém na vida pública que seja mais antipático que José Serra, embora ele talvez tenha sido um bom governante de seu estado. Sua arrogância com quem lhe faz críticas, seu destempero e prepotência com jornalistas, especialmente com as mulheres, chega a ser revoltante.


4. “Dilma não tem experiência”.
Argumento inconsistente. Dilma foi secretária de estado, foi ministra de Minas e Energia e da Casa Civil, fez parte do conselho da Petrobras, gerenciou com eficiência os gigantescos investimentos do PAC, dos programas de habitação popular e eletrificação rural. Dilma tem muito mais experiência administrativa, por exemplo, do que tinha o Lula, que só tinha sido parlamentar, nunca tinha administrado um orçamento, e está fazendo um bom governo.

5. “Dilma foi terrorista” (foi contra os assassinos).

Argumento em parte falso, em parte distorcido. Falso, porque não há qualquer prova de que Dilma tenha tomado parte de ações “terroristas”. Distorcido, porque é fato que Dilma fez parte de grupos de resistência à ditadura militar, do que deve se orgulhar, e que este grupo praticou ações armadas, o que pode (ou não) ser condenável. José Serra também fez parte de um grupo de resistência à ditadura, a AP (Ação Popular), que também praticou ações armadas, das quais Serra não tomou parte. Muitos jovens que participaram de grupos de resistência à ditadura hoje participam da vida democrática como candidatos. Alguns, como Fernando Gabeira, participaram ativamente de seqüestros, assaltos a banco e ações armadas. A luta daqueles jovens, mesmo que por meios discutíveis, ajudou a restabelecer a democracia no país e deveria ser motivo de orgulho, não de vergonha.

6. “As coisas boas do governo petista começaram no governo tucano” (mentira).

Falso. Todo governo herda políticas e programas do governo anterior, políticas que pode manter, transformar, ampliar, reduzir ou encerrar. O governo FHC herdou do governo Itamar o real, o programa dos genéricos, o FAT, o programa de combate a AIDS. Teve o mérito de manter e aperfeiçoá-los, desenvolvê-los, ampliá-los. O governo Lula herdou do governo FHC, por exemplo, vários programas de assistência social. Teve o mérito de unificá-los e ampliá-los, criando o Bolsa Família. De qualquer maneira, os resultados do governo Lula são tão superiores aos do governo FHC que o debate “quem começou o quê” torna-se irrelevante.

7. “Serra vai moralizar a política” (ridículo).

Argumento inconsistente. Nos oito anos de governo tucano-pefelista - no qual José Serra ocupou papel de destaque, sendo escolhido para suceder FHC - foram inúmeros os casos de corrupção, um deles no próprio Ministério da Saúde, comandado por Serra, o superfaturamento de ambulâncias investigado pela “Operação Sanguessuga”. Se considerarmos o volume de dinheiro público desviado para destinos nebulosos e paraísos fiscais nas privatizações e o auxílio luxuoso aos banqueiros falidos, o governo tucano talvez tenha sido o mais corrupto da história do país. Ao contrário do que aconteceu no governo Lula, a corrupção no governo FHC não foi investigada por nenhuma CPI, todas sepultadas pela maioria parlamentar da coligação PSDB-PFL. O procurador da república ficou conhecido com “engavetador da república”, tal a quantidade de investigações criminais que morreram em suas mãos. O esquema de financiamento eleitoral batizado de “mensalão” foi criado pelo presidente nacional do PSDB, senador Eduardo Azeredo, hoje réu em processo criminal. O governador José Roberto Arruda, do DEM, era o principal candidato ao posto de vice-presidente na chapa de Serra, até ser preso por corrupção no “mensalão do DEM”. Roberto Jefferson, réu confesso do mensalão petista, hoje apóia José Serra. Todos estes fatos, incontestáveis, não indicam que um eventual governo Serra poderia ser mais eficiente no combate à corrupção do que seria um governo Dilma, ao contrário.

8. “O PT apóia as FARC” (mais ridículo ainda).
Argumento falso. É fato que, no passado, as FARC ensaiaram uma tentativa de institucionalização e buscaram aproximação com o PT, então na oposição, e também com o governo brasileiro, através de contatos com o líder do governo tucano, Arthur Virgílio. Estes contatos foram rompidos com a radicalização da guerrilha na Colômbia e nunca foram retomados, a não ser nos delírios da imprensa de extrema-direita. A relação entre o governo brasileiro e os governos estabelecidos de vários países deve estar acima de divergências ideológicas, num princípio básico da diplomacia, o da auto-determinação dos povos. Não há notícias, por exemplo, de capitalistas brasileiros que defendam o rompimento das relações com a China, um dos nossos maiores parceiros comerciais, por se tratar de uma ditadura. Ou alguém acha que a China é um país democrático?

9. “O PT censura a imprensa” (mentira, a imprensa que o censura).
Argumento falso. Em seus oito anos de governo o presidente Lula enfrentou a oposição feroz e constante dos principais veículos da antiga imprensa. Esta oposição foi explicitada pela presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ) que declarou que seus filiados assumiram “a posição oposicionista (sic) deste país”. Não há registro de um único caso de censura à imprensa por parte do governo Lula. O que há, frequentemente, é a queixa dos órgãos de imprensa sobre tentativas da sociedade e do governo, a exemplo do que acontece em todos os países democráticos do mundo, de regulamentar a atividade da mídia.

10. “Os jornais, a televisão e as revistas falam muito mal da Dilma e muito bem do Serra”.
Isso é verdade. E mais um bom motivo para votar nela e não nele.

FATOS MUITO IMPORTANTES:

(1) Alguns dados comparativos dos governos FHC e Lula.

Geração de empregos:
FHC/Serra = 780 mil x Lula/Dilma = 12 milhões

Salário mínimo:
FHC/Serra = 64 dólares x Lula/Dilma = 290 dólares

Mobilidade social (brasileiros que deixaram a linha da pobreza):
FHC/Serra = 2 milhões x Lula/Dilma = 27 milhões

Risco Brasil:
FHC/Serra = 2.700 pontos x Lula/Dilma = 200 pontos

Dólar:
FHC/Serra = R$ 3,00 x Lula/Dilma = R$ 1,78

Reservas cambiais:
FHC/Serra = 185 bilhões de dólares negativos x Lula/Dilma = 239 bilhões de dólares positivos.

Relação crédito/PIB:
FHC/Serra = 14% x Lula/Dilma = 34%

Produção de automóveis:
FHC/Serra = queda de 20% x Lula/Dilma = aumento de 30%

Taxa de juros:
FHC/Serra = 27% x Lula/Dilma = 10,75%

(2) Elio Gaspari, na Folha de S.Paulo de 25.07.10:

José Serra começou sua campanha dizendo: "Não aceito o raciocínio do nós contra eles", e em apenas dois meses viu-se lançado pelo seu colega de chapa numa discussão em torno das ligações do PT com as Farc e o narcotráfico. Caso típico de rabo que abanou o cachorro. O destempero de Indio da Costa tem método. Se Tupã ajudar Serra a vencer a eleição, o DEM volta ao poder. Se prejudicar, ajudando Dilma Rousseff, o PSDB sairá da campanha com a identidade estilhaçada. Já o DEM, que entrou na disputa com o cocar do seu mensalão, sairá brandindo o tacape do conservadorismo feroz que renasceu em diversos países, sobretudo nos Estados Unidos.

*Um dos mais respeitados cineastas brasileiros, Jorge Alberto Furtado, 51 anos, trabalhou como repórter, apresentador, editor, roteirista e produtor. Já realizou mais de 30 trabalhos como roteirista/diretor e recebeu 13 premiações dentre os quais, o Prêmio Cinema Brasil, em 2003, de melhor diretor e de melhor roteiro original do longa O homem que copiava.

sábado, 2 de outubro de 2010

Eleições 2010


Questionado sobre a autenticidade da candidatura do humorista Tiririca escrevi esta resenha que esplana minha opinião sobre o pleito democrático.

Não confudam meritocracia com democracia, se ele for eleito vai ser legítimo, se é certo aí só o tempo dirá.

Julgar antecipadamente é errôneo. O que o Tirirca faz é política sim, mas da forma que alcança o grupo que ele representa. (humor, massmídia, miséria).

Infelizmente nossa geração tem certa dificuldade em entender isso devido ao fato de alcançarmos nossos objetivos através da lei do esforço e recompensa (Mérito). Esse modelo na verdade é sectarista por excluir certas massas que não tem oportunidade de fazer parte do modelo globalizado que nós seguimos, muitas vezes por disparidades históricas e incorrigiíveis sem a ação de dispositivo que tentam corrigir paliativamente tais disparidades (Aí entra a política por exemplo das cotas para negros, índios. Sim ! Eu sou a favor das cotas).

Falo isso porque já recebi mensagens em eleições passadas que perguntavam da mesma forma se Lula poderia ser um bom presidente, era metalúrgico só com fundamental e cursinho de torneiro. Logo pela meritocracia diríamos que não, porém a democracia demonstrou que sim. O melhor presidente desde JK, tenho orgulho de ter visto isso. Sim eu rio da cara dos que duvidavam.

Nesta eleição um exemplo análogo interessante e que pode ser levado a sério é do cantor Netinho candidato a senador pelo PCdoB de SP, primeiro colocado nas pesquisas, afrente inclusive de Marta Suplicy (PT). Isso ocorre porque o cantor pagodeiro conseguiu mostrar no seu mandato de vereador que tem competência sim pra representar seu povo o qual o elegeu, povo pobre das COHABs de SP lugar onde ele nasceu e que eu já pude ver de perto. Isto é democracia. Netinho fez uma excelente legislatura de oposição , o que é não fácil na grande São Paulo, berço de tucanos e democratas da direita, descendentes de grupos oligárquicos de famílias tradicionais de empresários que sempre trataram a coisa pública como privada, grilando terras e também arrochando o trabalhador, manipulando a mídia, e, questionando quando um candidato vem das classes pobres da população se "Isso é política?."

Aqui em Manausnão é diferente, podemos tirar certas famílias que pensam que já possuem cadeira cativa no Senado , cadeira vitalícia apenas por mérito de sobrenome. Falo dos Virgílio. Não eu não voto Artur Neto, e acho irresponsável um jovem que vota. Desde 1960 essa família representa no senado o AM, já chega, isso sim é grupo oligárquico que por mérito se acha dono de uma das 3 cadeiras do nosso povo do senado.

Voto em candidatos novos que demonstram representar democraticamente o grupo ao qual eu faço parte.
Voto Vanessa 656, Voto Eron 6565, Voto Dilma 13 !!!

Os outros da coligação... Eduardo 151 e Omar 33, voto, não por serem os melhores, mas o menos piores para o projeto ao qual faço parte, projeto polítco escolhido há 8 anos no dia 27/10/2002 , lembro-me com alegria deste dia, era meu aniversário de 17 anos, pela primeira vez votei , e votei certo, desde lá nunca mais votei errado, fui mais além assumi meu posicionamento político e dou minha cara a tapa por ele, vou pras ruas, paro até Manaus se for preciso, quem me conhece sabe.

Por isso companheiros no dia 3/10 não votem errado votem na renovação, no projeto que vem dando certo.
Votem em que faz realmente políticas públicas,

ou

em quem faz humor,
em quem faz Tv miséria,
em quem vem de família tradicional,
em quem é grande empresário.

Mas votem, afinal muitos morreram (e mataram) para garantir esse nosso direito.